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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Em cena, na Fábrica de Histórinhas...

... Maria Pão de Açúcar!



Esta Maria de doce não tem nada, só o nome mesmo. Devo confessar que quando a conheci, sentamos juntas em um desses butecos espalhados pela orla marítima e ali ficamos a desfiar nossa meada procurando pelo fio da mesma.

Ela pediu um chopp claro.
Eu, uma água de côco.

Tecemos então colcha de retalhos, porém faltou-me alinhavo suficiente para que a peça ficasse de bom tamanho e apresentável. Foi aí que olhei de lado e vi que tinha perdido minha caixa de costura e precisei desculpar-me por tamanha falta de senso.

Ela olhou-me de soslaio.
Eu a encarei!

Depois desse enlace entre/olhos, me vesti de colombina e fui ao Morro de São Cristóvão compor um samba com Dom Curió.

A moça desmanchou-se em açúcares.
Eu, sambei a noite inteira.

Noutro dia eu soube que ela tinha usado a roca de fiar, justamente pra ver se conseguia a colcha terminar. Contudo, a pobre colcha tinha ficado órfã de açúcar e côco...
Depois dessa decepção, Maria Pão de Açúcar sumiu de circulação, mostrando sua doçura indômita de quando em vez e somente a quem ela escolhesse... Esperta, a moça!
Eu faria o mesmo se alguém me deixasse plantada, criando raízes expostas à pegadas desumanas.

Maria aboletou-se em casa de campo.
Eu, soltei as feras.

Passado alguns anos Maria Açucarada semeou olhares perpendiculares em seus campos de estrelas, colhendo sorrisos e abraços que ela enrolava dentro de um envelope bordado por Iemanjá. Depois fazia dele um aviãozinho de papel e pedia permissão à torre para levantar voo, indo talvez coser universos internos.

Maria Pão de Açúcar, virou pó de estrelas
Eu, comprei um pilão e fui amassar poesia

by Lu C.

4 comentários:

  1. Que delícia, tão fantástica e tão carioca! Voltarei, com mais calma, pra "devorar" mais gostosuras...fantásticas!

    Um beijo,
    da Lú(cia)

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  2. Ah, mando meus parabéns
    Ao bondinho da Maria
    Que se balança em ovéns
    Dia e noite, noite e dia;
    E a ti, bordadeira d'alma,
    Destes versos tens a palma
    Na agulha da poesia...


    Beijos, Lu.

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  3. Maria, Maria é um dom, uma certa magia...
    Eu sou Maria!
    Sabia?

    Conhecer as duas primeiras Marias de uma série de três, foi coisa que realmente me encantou, Lu!
    As metáforas muito bem construídas, teu estilo que tanto admiro e tua facilidade pra nos entreter da forma mais gostosa e alegre possível não tem preço, como já sabes que verdadeiramente penso a esse respeito.
    Correndo um pouco, mas vim!
    Obrigada por me convidar a ler tão belas histórias, cujo encantamento figura, sem dúvida, nas suas entrelinhas...
    Bjss!!
    E que venha a terceira!

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  4. Oi Gracinha, pois é miga, acho que no fundo todas somos Marias de uma certa magia né? rs

    Então miga As Três Marias, configuram uma nova série de personagens que irão figurar na Fábrica de Histórinhas.

    Elas nasceram naturalmente e não teve como impedir rsrs...

    Com certeza elas (ainda) irão aprontar das suas naquele estilo "Cavichioliano" kkkkkk que é minha escrita.

    Fico-lhe grata mais uma vez, pela leitura e comentário incentivador.
    Aprendo sempre mais contigo!

    Obrigada
    mile baci

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