“Meio cansada, meio
arredia...
Os dias
andam entediantes e o sol chegou ardido e voraz.
As
tardes ainda são amenas, mas os malditos siriris já começam a pulular na presença das lâmpadas e isso é
completamente fora de propósito porque a primavera ainda nem deu as caras.
Ando
sentindo um fraquejar de nervos e músculos ficando acorrentada sem correntes.
Estranhíssimo!
Mas
voltando ao sol, creio que verdades já foram ditas e o calor insuportável
certamente vai aumentar com o passar dos anos e a Terra se transformará em uma
joia... Retorcida e incandescente na orgia do magma.
Os
humanos nada têm para fazer porque eles não querem fazer. E o planeta está ao Deus dará, sofrendo e
declinando estupidamente . Talvez os
terráqueos queiram morar numa estação espacial , fria e sombria, onde tudo é um
apertar de botões e as máquinas(somente), realizando desejos inanimados.”
Será que
ainda existirão reprodutores?
O homem sentado no banco da praça, fingindo ler um jornal
amarrotado assusta
-se ao ouvir essa pergunta vinda de um telão digital instalado no alto de um
prédio de fiberglass.
-se ao ouvir essa pergunta vinda de um telão digital instalado no alto de um
prédio de fiberglass.
Ele coça a cabeça e revira os olhos um tanto amedrontados,
supondo que ele também é um reprodutor.
Eu, do outro lado da avenida, ouço a pergunta e olho
cinicamente para esta figura medrosa que poderá num futuro nada distante, perder
a medalha de inseminador.
Solto gargalhadas piramidais e atravesso a rua para olhar
naqueles olhos (quase) esbugalhados , o
terror que se instala na cidade (que chove). Dias soturnos estes.
A espécie reprodutora está em extinção e o banco de futuros
bonequinhos de carne anda abarrotado de soldadinhos cheirando a água sanitária.
Dou de ombros e vou em direção ao metrô descendo as escadas
com frouxos de risos. La embaixo na estação há um tumulto. Policiais tentam
conter um adolescente aparvalhado com a pergunta que fora feita na superfície e
que ele ouviu através de seu radinho de pilha megassônico.
Mulheres balzaquianas e frívolas adolescentes acompanham a
decadência masculina enquanto eu me aproximo juntando-me a elas.
Os policiais ficam entreolhando-se abalados com a pergunta
que pode virar notícia de primeira
página no dia seguinte.
Um senhor claudica, rindo-se pelas costas e dá meia volta e
se enfia no tumulto dizendo:
- para que tanta perturbação se a espécie humana será (em
curto prazo) somente feminina? De que valem agora, seus gritos machistas e esse
abuso de poder inadequado, pérfido e incolor?
Danem-se todos!
Dito isso subiu as escadas do metro em direção ao jornaleiro
pedindo um arauto da manhã... Pois a lua já tinha deixado seu legado diário
para o sol.
Eu apenas pedia uma média requentada com pão de forma
recheado de presunto queijo.
Você já leu
este livro? Eu o levo comigo na bolsa porque ele retrata o futuro. O nome do
livro?
Por que
você quer saber o nome do livro? Que te importa?
Há tantos
nomes para esse livro...
Alguém
arrisca o título?
By Lu Cavichioli
São Paulo
Agosto
2012-08-21
Seria "Seres de Aço?" ou quem sabe, "O Dia em que a terra Parou... de Transar?" Falaí...
ResponderExcluirTambém fico a imaginar para onde está caminhando a humanidade que tudo quer desenfreadamente, mas nada quer fazer... nada que os desacomodem... O nome do livro realmente não é importante.... há mais no que se tomar providências... Uma reflexão intensa e inquietante.
ResponderExcluirAbraços, Lu!!
kkkkkkkkkkkkkkkkk ai Ana, só vc mesmo! ahauhuahuah
ResponderExcluirSeria pereito esse título - acho que venderia horrores. rs
bj
Oi Malu, há muito que se fazer... E ficamos na velha reflexão:
ResponderExcluirSe cada um fizesse sua parte...
bjs e boa tarde!
:)
Sugestão do Machado (o de Assis): "Nem clarins, nem tambores."
ResponderExcluirQue tal "Marcha fúnebre"?
Beijos.
RR, to aqui rindo até agora... Vindo de um homem após a leitura, o título veio bem a contento - Caindo como uma luva! rs
ResponderExcluirbacios bello