Depois do pinheiro eleito, Rose aproveitou para
levar algumas mudas para o canteiro da ala oeste que estava um pouco abandonado e onde havia
abundância de luz sem o comprometimento de um sol a pino. Por isso deu
preferência para os Lírios da Paz e Antúrios.
Perguntou ao pai se ele queria algo em especial
já que era um amante das flores, e seu Carmo escolheu um vaso com Amarílis já
todo ornamentado e prontinho para colocar na entrada da casa.
Alice ganhou uma gaiolinha com um agaporne
artificial que falava sempre que mexia seu pescoço.
Aproveitaram para almoçar no restaurante do
Garden, onde mais tarde encontraram com Marcos e todos se deliciaram com os
pedaços carnudos de um frango a passarinho com salada e pão italiano com
sardela.
A semana começou com uma garoa fina e um nublar
de céus estranhamente configurados para um verão no país tropical abençoado por
Deus. Contudo, as obrigações do dia a dia não param e Rose acabava de chegar à
Clínica.
Algumas clientes já estavam à sua espera e ela
correu pra agenda verificando o que tinha naquele dia. Felizmente só tinha três
atendimentos e dois deles eram rápidos. Seus pensamentos estavam nas compras de
natal e na visita ao Orfanato. Sua ansiedade aumentava a cada hora e via-se que
estava dispersa, porém procurou manter o foco, mesmo porque a cliente não
parava de falar mal do marido que dizia que ela precisava mesmo de muita
massagem e regime porque estava gorda demais.
Depois de atender sua última cliente, Rose
desceu para a copa pedindo um café e ali se sentou cabisbaixa com seu olhar
fixo no olho negro da xícara que exibia sua bebida. Seu corpo ali estava, mas
seu espírito parecia vagar no infinito de seus pensamentos até que tilintou o
celular.
Num sobressalto voltou ao mundo real:
_Alô!
_Rose?
-Sim, quem está falando?
-Você não reconhece minha voz?
_Deveria?
Houve um silêncio assustador, porém breve.
_Alô - chamou Rose
A mesma voz continuava insistindo que ela
deveria reconhecer com quem falava.
A voz era feminina e tinha um tom infantil e se
permitia falar com alguma intimidade, como se conhecesse Rose há muito.
Rose já sem paciência estava quase desligando
quando ouviu:
- Não se esqueça de mim, eu te amo.
Depois disso a ligação foi encerrada. Rose ficou
pálida e quase sem ar e sem pensar muito pegou sua bolsa saindo rapidamente, tentando sem sucesso retornar a ligação . No visor sempre a mesma resposta: número inválido!
O fim da tarde se aproximava e a torrente de
pensamentos a estava deixando meio zonza, até que resolveu ir diretamente às
compras de natal sozinha e totalmente decidida a comprar o que cada um deveria receber
segundo suas preferências. Contando com sua capacidade intuitiva que sempre lhe salvava na
última hora.
Ao término da árdua tarefa dos presentes, Rose
voltava pra casa e enquanto dirigia ,um pensamento voltava a lhe atormentar- o
tal telefonema e a voz suave e melindrosa que tilintava em seu ouvido. Aquilo
mais parecia um sonho com gosto de pesadelo carregado de mistério e ao mesmo
tempo mesclado com certo desejo de ouvir novamente. Contudo, disse a si mesmo
que por enquanto esse acontecimento deveria permanecer em segredo.
Ao chegar na porta de sua casa, enveredou seu
veículo para a garagem acionando o portão eletrônico. Marcos estava no jardim
com ar de preocupação.
_Ei amor, porque demorou tanto a voltar?
-Oi querido, boa noite - disse-lhe em tom
cansado, passando sua mão pela barba serrada do marido beijando-o levemente na
boca.
-Você está bem?
-Sim, só demorei porque fui as compras. Baixando
os olhos e comprimeindo so lábios continuou... -Tá querido, eu sei que havíamos combinado de sairmos
juntos para isso, mas sou inquieta e meus impulsos manipulam minhas vontades
voluntárias.
Marcos a ajudou com os pacotes. Seu Carmo a
estas alturas já estava se juntando a eles para ajudar. Alice dormia -
felizmente!
No silêncio da madrugada, o celular de rose
avisa que uma mensagem havia chegado. Ela estava na cozinha preparando o chá
que certamente dividiria com a insônia.
Ouvindo o som, correu pegando o aparelho, quando leu a mensagem de texto:
Boa noite durma bem e se puder sonhe comigo...
Continua...
by Lu C.
LUCIAAAAAA.
ResponderExcluirCOMO ASSIM?
AII QUE ODIO. QUEM É ESSA INFELIZ QUE LIGOU E MANDA MENSAGEM MEU PAI.
ADOREI O "DEVERIA" DO ATENDIMENTO AO TELEFONE, É TÍCIO DE VC, TUA CARA ISSO, BEM SEM PACIENCIA. RSRSRS, ADORO!
NOSSA, HJ A NOITE C PÕE A PARTE 3? POR FAVOR? OU MANDA PRA MIM POR EMAIL EM SEGREDO VAI.
BJS E A ANSIEDADE PERMANECE.
BJS PATTY.
Patty, terceira parte quase concluída! Só mais um pouquinho tá rsrs
Excluirbacios amada!
O blog está muito bonito. O vermelho aquece.
ResponderExcluirLu, você conduz seus contos de uma forma que nos deixa ligados. São permeados de suspense e trabalham minha imaginação. Agora, fico pensando de quem é a voz. Alguém que passou um Natal em sua casa? Bjs.
OI Mari, obrigada. Fico feliz que tenha gostado do vermelho que você bem disse: "aquece" e que eu acrescento: "aconchega"!
ExcluirGrata por compartilhar essa pequena história de tom delicado, porém misterioso.
De quem será a voz? Humm... Será que isso é um trabalho para o Super Homem? rs Não... Né não...
Um pouco mais adiante vou revelar de quem é a voz e devo confessar: Vai ser de arrepiar! rs
bacios cara mia!
:)
beijo grande
LU, SE É DE ARREPIAR, EU ADOROOOO, A MELHOR COISA QUE TEM EM CONTOS E HISTÓRIAS SÃO DESFECHOS REPLETOS DE SUSPENSES E ARREPIOS. KKK, ADORO. BJS!
ResponderExcluirPATTY.
Adorei!
ResponderExcluirE não poderia ser diferente...não mesmo, nunca!
Miga, que gostoso esse conto, dividido em cenas! Fui ler a Cena I (claro, pra conhecer as personagens, uma vez que tua amiga aqui fez feio e nem veio te ler...contudo, vc já sabe o por quê...)
Lendo a Cena II, mais forte que a primeira, devido ao suspense, num degradê de emoções...PLOFT, eis que me pego a ficar curiosa, como a Patty, coisa que normalmente não sou...rs
Aguardo, para breve e ansiosa, a Cena III (será ela o desfecho?).
Bacios,
e, conforme ficou assentado entre nós, voltarei assim que terminar as devidas correções da mono.
*****
***Muitas vezes, miga, o tempo é injusto conosco, e sempre fico triste quando perco alguma leitura sua, pois sabes que amo teu estilo e tuas criações.
Voilà!! O mundo dá suas voltas...
Gracinhaaaa que bom ver-te por aqui!
ExcluirEsse conto foge ao meu estilo, eu nem sei como estou a escrevê-lo. Enfim, o enredo está fluindo e não posso dele, desvencilhar-me. Contudo, a cena III ainda não é o desfecho... rsrs - E se eu não der um basta, a coisa vai longe.
Grata cara mia, por sua presença e seus minutos que são preciosos, neste período em que conclui tua monografia.
Sabes que gosto imenso de teu parecer, porque sempre aprendo com ele.
bacioo mile, bella!
até mais e voilàll ma cher!
Hum... eu acho que sei quem é a mensageira misteriosa... mas não vou falar, pois posso estar errada, e se estiver certa, estragarei a surpresa... aguardando ansiosamente pela parte III!
ResponderExcluirOi Ana, bom vê-la aqui lendo meus escritos,pois uma contista de seu calibre s´po me faz honras!
ExcluirAhhh, já está tentando advinhar a "mensageira"!? É tão somente tua imaginação alçando voos mágicos, né? rsrs
... Quem seria? Mas será que ela existia mesmo ou era pura alucinação vinda do coração de Rose...
bacios caríssima