Não costumo falar nem escrever sobre política, mas costumo enjoar quando ouço ou leio algo referente a ela. Justamente porque os politiqueiros engravatados nesse país só sentem a sede de justiça para si próprios.
Abdiquei da escolha em ver telejornais porque eles falam de sangue /lágrimas do começo ao fim. Não há nada que se aproveite. E nada contra ao jornalismo nem à liberdade de imprensa que muito nos ajuda nessa vastidão caótica que embala um menino/velho chamado Brasil.
As vezes prefiro ficar sonhando em minhas letras que são construídas lá no fim do arco-íris, onde deve existir um mundo azul (de verdade), sem estar desbotando e agonizando nos gases mortais que invadem suas narinas. Lá devem viver criaturas brancas , com laços nos cabelos e vestidos esvoaçantes. Seres com asas que pairam no ar tocando pífaros , onde existe uma ponte para a lua e de lá um trampolim para o universo.
Outro dia fiquei a observar os segmentos culturais de nosso país ( mas nunca perdendo de vista os outros segmentos não menos importantes.
São Paulo é o berço da cultura justamente por ser uma megalópolis cultivada por mãos que sentem a dor do desabrigo e desafeto e sem nehuma escolha para a dignidade de uma vida mais justa.
Vejam na música o que está acontecendo. UM ASSOMBRO! Escutamos letras miseráveis, sem nutrição das notas musicais, porque elas simplesmente perderam-se no tempo.
As novelas ,decaindo na ambição absurda de alcançar audiência, utitilizando instrumentos sórdidos em corromper mais nossa sociedade, principalmente os jovens.
Surtos de reality-shows,manchando privacidades e instigando luxúrias.
Os autores acham(ou pensam) que mostrando os escárnios da parafernália humana, podem preservar ou proteger as lambidas no fundo da panela dos horrores. Os crimes hediondos dão picos de audiência. Os traficantes passeiam garbosos nas calçadas pintadas com pegadas assoladas pelo maldito "barato" das viagens alucinantes, nas noites turbulentas e pavorosoas dos coquetéis psicodélicos da morte em gotas.
Leitura então nem se fala. Nem sei direito a estatísitica dos leitores no Brasil, mas deve ser 30%, sei lá. Ler pra quê, se minha barriga anda vazia? Ler porquê se eu não aprendi... E posso parar de ter fome se fumar uma pedrinha?
Futebol arte NUNCA MAIS! O que vemos é 22 desorientados trombando por um naco de bola a entrar na boca ávida das redes e o grito engasgado dos supostos cidadãos felizes vivendo no país do carnaval, molhando a garganta com cevada gelada, fingindo que a felicidade vem com coelhinhos da páscoa e da playboy . Ah, e não esqueçam dos abraços do bom velhinho que aparece todo fim de ano "abarratodado" com siglas e sifras estrondosas. Deixando-nos mais surdos, mais cegos e mais cansados.
E depois de se empapuçarem com tantos gritos silenciosos, saem para a diversão pré- histórica que é surrar e/ou matar adversários que vestem uma camisa diferente, onde a cor torna-se assassina. Por favor, alguém diga a eles que as cores apenas iluminam o arco-íris.
Acorda BRASIL
despertem os BRASILEIROS
*sem querer acho que cometi o pecado da política. ECA! :(
Como sou poeta , ando de vez enquando lá pelas bandas do arco-íris pra escrever algo e trouxe pra vocês alguns poemas de cunho social.
Quando o Camaleão tem Fome
Na alegoria das cores
ouso trocar minha roupa,
dançando sobre
metarmofoses do mimetismo.
No país das árvores
filhas do pau-brasil,
insetos fossilizados
não bastam...
Línguas continuam
vazias....
Barrigas órfãs!:
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Duendes em solo alheio
Florestas
de bronze
espalham-se
em tiras de madeira
na
confusão amena
das
libélulas.
Nas
asas flutuantes
e
acesas,
a
liberdade tinge
de
mel as idades.
E
os meninos alados
fingem
que a fome
é
um sonho!
by Lu Cavichioli