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MINICONTOS ESPECIAIS

Os minicontos são de uma sutileza incrível, e neles deve existir sempre a concisão que lhe confere na totalidade um entendimento preciso daquilo que se quer contar.

Confesso ser nada fácil construir um desses, mas venho aprimorando o gênero - que gosto muito. Para tanto, tive uma idéia que compartilho com amigos e parceiros.

Os mincontos a seguir foram inspirados em blogs parceiros e nessa primeira mostra divido com vocês quatro deles.

Espero que gostem e desejo boa leitura e comentários frutíferos.




ARAUTO






Só havia estrada e céu. Alguém já experimentou esta sensação?
Ao longe, a luz era sombra e as palavras caíam sobre o papel desenhando partituras.
Gostava de jardins e por eles dançava Tchaikovsky ... Tinha asas , um segredo e colecionava violinos.
A boca era canora em mensagens que trazia dos bosques, e seu planeta tinha dois sóis:Um azul, o outro - rosado.
Tinha no rosto a pele grega de Afrodite e vestia-se como tal em noites de saraus. Seu silêncio era soprano lírico quando usava nanquim para compor árvores dóceis com gosto de canela e aniz estrelado.
As manhãs não cessavam de nascer somente para ouvir sua voz maviosamente poética.

Para Ana Bailune

Liberdade de Expressão





PALATIUM




Do poeta soubemos apenas as rimas. Nunca se viu a cor da face, só o contorno da poesia.
De longe, sete bailarinas rodopiam sobre vinte e um fragmentos entre rosas anônimas. Seria o fim do espetáculo? Ad extremun!
Bastaria somente um clique oriundo de mundos internos, no voo da esperança - terra firme,abençoada, que tremula verde a Esperança.
O canto e o ramo entremeiam a vida e o palco. Clair de Lune tilintam colcheias na taça das plateias esféricas acordando na ilusão do sonho -as musas:
A vero domini!


Para RR Barcellos do blog



NÁCAR







Das minas era uma gema e assim foi cultivada. A beleza, de tão rara, suprimiu outras joias. E foi preciso urdir macramês sem pausas ou mesmo silêncios para nascer o rosto translúcido da pérola - vidro irisado.
O elo, o voo, as asas eram apenas mera bebida caída dos céus e os homens e as coisas tornaram-se tarefas insípidas diante da majestade visionária - baú aberto achado em areias/cristais.
As folhas do oceano abriram-se em pétalas nacaradas, vindo à tona o tesouro mergulhado - feito Poseidon em fúria com tritões.


Para Graça




MIRAGEM






Ela usava apenas um véu e banhava-se com calêndulas e erva-doce. Seus olhos ágeis eram como páginas revoltas em dias de tempestade. O ruído cosmopolita de sua respiração eram promessas de uma cumplicidade anelante- por ora. Não gostava de mentiras, só de sonhos e em cada símbolo onírico traçava labirintos. Seu voo era uma flecha incandescente no malabares da vida.
Gostava do silêncio e dos vultos aromáticos que saiam em espirais de uma xícara de chá.
Abria sempre as cortinas no por de sol para ver a exatidão da luz no limiar da translação.
Era como a graúna, embora fosse águia.
Para Marilene do blog Visão Feminina

By Lu Cavichioli
 
 
 
Série Minicontos Especiais - 2ª Mostra
 
 
 
 
Solstício & Remanso



Seu Olhar pairava sobre os ninhos e neles jã não haviam pássaros, só ilusões do voo reprimido. Talvez um lampejo de quem bebe o céu.
Adorava a luz e sua alvorada era como a vestal em dias de núpcias. A silhueta desenhava no vidro a expressão do brilho que prevalecia no labirinto interno de sua eterna candura.
O que fazer se cada partícula dourada era alimento?
E a sombra?
Esta, buscava papel de seda, embrenhando-se no esboço antigo das fotografias atemporais.

Para Vera Lúcia do blog



Água de Frutas


Se não houvesse admiradores jamais saberíamos o sabor das sementes que herdaram os filhos das folhas.
O coral discreto do ocaso era revertido em beleza tropical, a mesma que contempla Baudelair onde o silêncio de sua poesia inaugura taças decotadas, murmurando gotas suculentas que almejam borbulhas de ametistas e uvas.
Seu gesto é simples, porque a mímica de suas palavras chegam a ser pinturas na flor(essência) natural dos bosques. Os mesmos bosques adormecidos que fazem brotar o som e o sabor dos jasmins e calêndulas.
Elisa adormece, e a noite nada mais é do que uma estrada de damascos.

Para Elisa T. Campos do blog
Pintando Haikais


Páginas & Violinos
De início eram apenas eclipses num céu violeta. Pensava-se na possibilidade única de um dia sem noite.
Ouviam-se coros no horizonte e todos os silêncios eram cordas afinadas e não se sabia ao certo se era fragrância ou fadiga aquele movimento singular de mãos na solidão de uma partitura virgem
A página poderia ser retalho em patchwork se não fosse musseline, talvez chiffon... Ou apenas fina renda em bilros nos dedos do artista.
Nesse momento a pele da alma transpirava diamantes que escreviam quadras e tercetos na musicalidade inata do homem que renascia poeta.
Sua vida poderia ser vista no espelho dos sentidos que dizia:
Autor e Obra - Baú do tesouro!
Para Samuel Balbinot do blog
 
 
Série Minicontos Especiais - 3ª Mostra
 
Yes, Party!



Para Silvana Haddad

Tudo era néctar num oceano de seda. As manhãs já vinham anunciando arco-íris e claras de sol no rosto dourado da memória.
O terreno era fértil e floriu rapidamente, derramando marés invertidas, revelando o talento lapidado resgatando estrelas que povoam retinas cibernéticas. E em meio a toda distância entre uma e outra tela fria, há bosques com bocas de jasmim que cantam a felicidade dos devaneios.
Ocasos e auroras iluminam a ponte de tantos corações que passeiam em sutilezas outras, no elo duplo - no pique pique das horas: UM ANIVERSÁRIO.

Silvana & Amigos!








Céus, Cores e Canteiros
Para Chica



Quisera que as tulipas fossem azaléias, quando na verdade eram somente sementes.
As nuvens se abriam e os pássaros traziam na boca muitos ninhos que bebiam os céus, céus de todo o mundo. Enquanto na terra caminhava tranquila a mais linda das alvoradas, talvez uma pequena, uma menina... A sensível Joaninha!



 
 

3 comentários:

  1. boa tarde Lu... muito belos todos eles.. acho que quando começar a fazer contos terei que partir dos mini.. pq grande não saio do chão.. bjs e um lindo dia minha amiga

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  2. Oi Lu. Meus olhos já estão fechando pelo adiantado da hora. Volto amanhã para saborear estas maravilhas de contos.

    Boa noite

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  3. Oi Lu voltei.
    Cada vez que te leio fico encantada e penso com os meus botões:
    Queria ser essa mensageira enfeitada de nácar voando até o palácio nas asas da graúna.

    Em agradecimento pelo seu carinho postei o seu lindo mini-conto na minha página de hoje.
    Vá lá conferir, vou adorar.
    Bjs

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