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O Cajueiro em Berço Esplêndido
De tanto a Sinhazinha olhar
lagartas comendo samambaias ela travestiu-se de rosa e foi deitar ao
lado do cajueiro e ali ficou na relva salva pelo mimetismo da terra.
Enquanto isso o
novelo de lã, abandonado dentro do balaio, queria ser borboleta novamente mas
parece que sua missão agora era tecer bilros e macramês para presentear o
Cajueiro.
Sozinha dentro do balaio, ela ouviu reclamações alheias que
tentaram voar nas asas do condor. Atrás do Curandeiro que a estas horas está
anos luz perpetuando seu amor mais que
perfeito.
Todos queriam que ele usasse a bota de sete léguas para lá
chegar, mas preferiu voar a caminhar, então montou no gavião rei e alçou
alhures.
Cabralzinho continua abrindo e fechando gavetas à procura do
alvorecer e dos lagos da sua vaidade.
Vamos aguardar que o Gavião- Rei volte com sua majestade o
Cajueiro.
Será que a Sinhazinha vestirá roupas de gala?
E o novelo de lã, poderá dormir novamente no casulo? Quem
sabe o novelo vire bicho da seda... Enquanto isso eu durmo o sono do justo, sem
culpa nenhuma porque eu não gosto de tomar banho em água suja.