Todos os Direitos Resevados à Lu Cavichioli

Creative Commons License Todos os trabalhos aqui expostos são de autoria única e exclusiva de Lu Cavichioli e estão licenciadas por Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License. Não comercialize os trabalhos e nem modifique os conteúdos Se quiser reproduzir coloque os devidos créditos

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Escritos na Memória sai de férias e...





... Deseja a todos amigos e seguidores Boas Festas e um 2011 de mais reflexões sobre o AMOR, a PAZ, a UNIÃO, o RESPEITO AO SEMELHANTE, e para COM O PLANETA e que possamos lembrar que há de se cuidar do CORPO E DO ESPÍRITO.

Até breve e um GRANDE ABRAÇO FRATERNAL da amiga

LU CAVICHIOLI

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Série: Um Sonho em Paris - SAUDADE DE UM CERTO AMIGO




Carta secreta (universalmente deflagrada por mim) – a meu amigo, o brasileiro que sonha no estrangeiro.


Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1976

“Querido e inesquecível G. Apolinário
Sei que está assolado pelo deslsumbramento feminino de uma figura que, sem saber, tornou-se tua carcereira.

Preciso urgentemente falar-lhe. Telefonema custa caro e você sabe que tenho precisão em economizar. Então o correio foi a melhor opção.
Outro dia recebi um aviso do banco em teu nome que dizia que o débito automático estava cancelado e que tuas contas seriam enviadas pra tua casa. Teu aluguel está atrasado 10 meses ( se é que te lembras). ...b

O tintureiro entregou o terno da formatura aqui em casa e reclamou dizendo que nunca mais pega tuas roupas. Só pra te avisar, eu paguei o tintureiro.
Manda notícias seu ingrato e pare com essa loucura de mulher azul, senão eu mando a Súreté Nationale te prender - SEU MALUCO!

Se você não enviar resposta, pego suas economias e compro uma passagem e te trago a força".

Teu amigo/irmão (infalível e fiel)
A.C

Por Lu Cavichioli

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010



Amigos, gostaria muito de dividir com vocês uma série de textos (ainda em execução)que devem compor uma releitura da obra de Roberto Drummond, um escritor que revolucionou a literatura nos anos 70 com sua escrita despojada e direta.

Nestes ensaios eu reescrevo uma obra que o consagrou e que lhe rendeu o Premio Jabuti de Literatura. A obra em questão é: A MORTE DE D. J. EM PARIS - para quem já leu será mais fácil fazer a releitura através de minha escrita. Para quem não leu, deixo aqui uma excelente indicação de leitura, entre outras, deste autor pós-moderno que grande influencia teve em meu estilo.

Neste primeiro momento apresento a vocês um pequeno texto de abertura entre os demais ensaios.


Fragmentos de um devaneio
(sussurros de um homem atormentado)

Escrevo sobre G. Apolinário – (um de meus personagens que invariavelmente perde-se entre suas múltiplas personalidades)

Não tenho dormido quase nada pra falar a verdade. Aceitei a sugestão de meu vizinho de quarto e passei a usar protetores auditivos para afastar o barulho incandescente do transito.
Em algumas noites tomo um comprimido para dormir. Outras, fico de olhos pregados no teto em cruz de meus escárnios.

Um ronco imaginário dorme a meu lado, enquanto lá fora a chuva castiga a vidraça. Sei que almas viram estátuas no ponto de ônibus eternamente plantado em frente à minha janela. Acendo a luz do abajur vermelho, tipo cereja doce e ligo o ventilador de teto. Depois acendo um cigarro só pra relaxar.

Paris grita enlouquecida e iluminada. Quem sabe eu seria mais feliz se estivesse sentado em um dos milhares de cafés espalhados pela sexta-feira com cara de sábado.

Em meus sonhos (quando os tenho), encontro com ela. Encantadora de meus pensamentos, que assobia e dança com a música que sai de seus sapatos. Ela, que desfila e desnuda a neblina. Que fala a meus ouvidos com voz de blues.



by Lu Cavichioli

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Era uma vez... Um causo do tipo - histórias que o povo conta



A rua mencionada era onde ficava o cemitério. Há muito tempo fatos estranhos estavam acontecendo. Alguns diziam ouvir uma mulher que cantava canções de ninar. Já outros, ouviam gemidos estranhos que ecoavam das entranhas dos túmulos. E naquela noite, Josefina testemunhou outro fato. Talvez o mais bizarro.
Ela nos contava meio sem fôlego, tremendo de susto e medo, enquanto a molecada ria e corria do lado de fora da casa.
_Gente, eu vi! Era uma moça... era ela!! Eu a reconheci.
_Calma, Fina - dizia D.Maricota, a costureira; respire e fale devagar.
A casa continuava cheia de gente, cidade do interior... aquelas coisas...todos queriam ouvir o tal caso. Então, ela continuava:
_Ela vinha em minha direção, estava vestida de noiva. Vocês não se lembram? Da professorinha? Que sumiu no dia do casamento?
Era uma história antiga. Os mais novos estavam boquiabertos e os mais velhos relembravam a triste sina da moça.
Fina resfolegava entre um gole d'água e outro.Chamaram o padre para exorcizá-la, as comadres beatas benziam a casa...

O fato é que no dia do casamento, com todos os convidados instalados na igreja da praça, com direito a bolo e docinhos, o padre em traje dominical, todo garboso, ninguém suspeitava o atraso da noiva, porém estranhavam a não presença do noivo.
Onde estaria o noivo?? Sim, porque atraso é coisa de mulher. É sempre a noiva que atrasa!
Mas naquela noite não havia nem a noiva, e muito menos o noivo.
Soube-se depois que o tal futuro marido havia fugido com a mulher do chefe de polícia. Mas... e a noiva???
Essa sim, desapareceu!!
Depois de muita investigação e algumas pistas óbvias, deu-se a solução para o enigma
.Um caso trágico!
A noiva fora sepultada viva. Deram-lhe um sonífero e a enterraram com a roupa do casamento.
Que tragédia!!!!
E... Em noites escuras, vê-se o vulto branco e desolado, de buquê na mão, procurando por seu noivo assassino.


pernas pra que te quero!!!
by Lu Cavichioli

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Coleção Self apresenta : Caminhos Neurais da Memória




Depois da Fama


Eu trocaria o guarda-roupa obeso de peças finas pelo jeans rasgado dos adolescentes despreocupados. Trocaria também o toucador e suas gavetas cheias de glamour e pó de arroz .
Apagaria art noveau, pintando o sete no muro da esquina.
Trocaria costumes, panfletos, protocolos e microfones. Transformaria meus músculos de manequim em trinados afinados, repletos de claves de sol.
Deitaria em clorofilas mansas de casa no campo com margaridas ao relento e aromas de café, despertando tardes preguiçosas.
Leria páginas abraçadas pela gramática feliz dos romances, e no fim das contas, trocaria o espelho da realidade, invadindo a dimensão tridimensional do reflexo na tentativa de realizar verdades, já que os aplausos fatigam-me e o sucesso suga meu plasma, conferindo-me o aspecto devastador das guerras helênicas em tempos de Tróia

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Laços e Abraços




Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.



E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

MARIO QUINTANA