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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sem Cajueiro nem Sinhazinha somente...

...  Novelo de Lã em Missiva



Bosque dos Arvoredos


Depois da ponte, bem longe do lago do arvoredo o Novelo de Lã estudava as almas humanas prestando atenção em seus trejeitos e falas. E foi numa dessas andanças através do bosque de borboletas que o Novelo de Lã encontrou migalhas de pão feito rastro de passarinho. E como era muito curioso o novelinho seguiu a trilha até uma casa abandonada, porém convidativa, tal era seu aspecto.


 
Casinha de Sorvete Colorê


A casinha era toda feita de tijolinhos de sorvete colorê e das janelas brotavam curiós e patativas que caiam em pencas enrodilhando-se nos troncos feitos de quimeras com erva-santa.

Na porta da frente havia um recado feio de papel crepon pregado com mel que dizia:

"Estou de férias nas areias desérticas e de lá devo seguir para Lustron - um vilarejo perdido no centro da Terra.
assinado - Sinhazinha."

O novelo de Lã que era borboleta voou debulhando-se em lágrimas pensando como iria contar isso para o Cajueiro. Porque comentava-se à boca pequena que o tal Cajueiro andava arredio e um tanto carente. E eram muitas as especulações a respeito de seu silêncio.

Enquanto não virava Novelo de Lã, a Borboleta chorava procurando uma pupa onde pudesse se enconder da vastidão ignóbil do ser humano.

Depois de sobrevoar eucaliptos , o Novelo de Lã pousou sobre o telhado que tinha gosto de nutella e resolveu descer suavemente pela calha espiral feita de biju. Entrou na casa, guardou o crepon no balaio e pôs-se a escrever.

Querido Cajueiro,

"Encontro-me só e totalmente desprovido de humanidades. Tentei ler as mentes no éter, mas nada obtive. Sei que sofres pela ausência de Sinhazinha, mas não temas porque dela tenho notícias. O crepon tudo sabe e tudo vê. Só posso adiantar que ela está bem distante e não há previsões de sua volta.

Tenho notícias também do feiticeiro, porque vi quando voei sobre o arvoredo que ele tinha feito fogueira em noite de lua cheia que desenhou versos e trovas por toda parte.

A lua, tua companheira, irá falar-te ao pé do ouvido sobre o perdão que tu espera e precisa também ofertar. Por isso está sofrendo.
Por favor, tome conta de Lusco Fusco e não deixe que ele atravesse a ponte.

A patativa chegará em breve e esta carta também. Despeço-me triste e solitário, pois ainda sou Novelo de Lã, mas pela manhã serei borboleta novamente e sairei em busca d'orvalho das almas que ainda preciso controlar."




Anima-te porque logo estarei sobrevoando tua copa. Agora vou indo porque tenho que catar algodão doce."
ass:
Novelo de Lã


 
Lusco-Fusco com saudade do Novelo de Lã



Fico a pensar se o Cajueiro vai dar conta de ficar só, perdoar e ser perdoado.

Tenho dúvidas se Sinhazinha voltará de Lustron

E deixo no ar a pergunta se O Novelo de Lã será Borboleta para sempre





Fábulas
By Lu C.

 Obrigada pela paciência da leitura.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Cajueiro, A Sinhazinha e o Novelo de Lã - a saga continua

DESENCONTROS - CENA II



 
O caminho para o Cajueiro



Certa noite, a Borboleta que era Novelo de Lã resolveu virar mariposa e pousou no tronco do cajueiro. E ali ficou tecendo seu tricô de palavras aproveitando para consolar o Cajueiro, cuja raiz gritava de dor, porque certamente iria parir o mapa astral.

Sinhazinha nem de longe desconfiava dessa dupla noturna, pois nesta noite ela resolveu dormir na praia a contemplar fogos de artifícios num reveillon bêbado e maltrapilho.
Ela sabia que o Cajueiro que virou fogueira de São João acostuma-se com fogo-fátuo que saiam cantando das partituras guardadas em peças de relicário sonoros, azuis e compenetrados, na negritude infinita de seu próprio universo.

Esta era uma noite de choro para o Cajueiro porque ele sentiu-se abandonado pela Sinhazinha que pegou caronas em claves de sol - afinal ela era um pássaro.

 
Novelinho de Lã emaranhado em borboletas

O Novelo de Lã, esperto, sabia olhar dentro das pessoas que passavam garbosas entre as cercanias do arraial. Então ele ficava enrodilhado dentro do balaio que não era de gatos, mas pertcencia somente à Sinhazinha.




 
 
Sinhazinha libertando as borboletas




 NOITES E AÇÚCARES - CENA III


Aconteceu certa noite que a Sinhazinha resolveu fazer pão de queijo, mas como ela não tinha a receita, decidiu fazer pão de açúcar.Daí ela não queria experimentar o pão sozinha, lembrou-se do Novelo de Lã que guardava em seu balaio que poderia ser de gatos se ela quisesse. Mas qual foi sua surpresa quando ela ali o procurou... Cadê o novelinho ?
Estaria tecendo colcha de retalhos sob o Cajueiro que descansava aos olhares da lua?

A solidão de Sinhazinha


Aos poucos, Sinhazinha recolheu-se à sua solidão e ali ficou a admirar os pães de açúcar pendurados no céu do Cristo Redentor num cantinho da janela. Ficou a olhar estrelas por um tempo fechando a janela em seguida. E foi aí que ouviu um fino miado meio esganiçado - deveras irritante que vinha em sua direção. Era lusco-fusco, seu bichano de estimação que trazia na boca o Novelo de Lã todo emaranhado e envolto em borboletas noturnas estranhamente coloridas.
Então Sinhazinha acenou para o Cajueiro, desfez os nós libertando as borboletas e resolveu dormir um sono milenar (semelhante ao de uma certa princesa).



Lusco-Fusco







A saga continua em outra oportunidade - deixemos o Cajueiro dormir e virar uma Dama

By Lu C.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quem investigou, investigou...

Quem não investigou: INVESTIGASSE
 Dezoito Pérolas Negras - O Crime do Colar




 - Expirou o prazo para quem realmente se interessou, fora os espias de plantão que abriram a porta da mansão, deram uma vista de olhos, beberam um drink e acabaram por sair de fininho tipo a francesa... Sem nada dizer! Até aí... livre arbítrio!

Todos que aqui vieram xerifar o crime do colar me alegraram muito porque juntos, nos divertimos. Cada um a seu modo estudou as possibilidades e chegou a uma conclusão, porém só um , somente um dos detetives acertou. E esta pessoa ,exímia observadora, notou a presença de uma figura sentada na penumbra da ante sala, logo no hall de entrada que trazia no colo um maço de folhas e uma caneta (tinteiro) dourada que escrevia despreocupadamente sem se importar com a festa... Ela trajava um sobretudo de lã vermelha e sapatos de verniz da mesma cor. Cabelos louros em cachos e rosto absorto na trama. Mesmo de cabeça baixa via-se o rosto fino, com maquiagem leve e nos lábios o tom carmim do suspense.

Depois de um atento e perspicaz olhar, nosso Poirot brasileiro concluiu o óbvio.

Quem assassinou Laura foi Mme Lu Cavichioli, exatamente pelas razões plausíveis que Monsier
RR Barcelos, assinalou em seu brilhante comentário ao qual acrescento:

 O autor sempre tem e terá poderes extras para matar, ressuscitar e revirar a trama a seu bel prazer.

Concordam?

RR, com toda gentileza que lhe é peculiar, aproximou-se de mim com uma taça de champanhe em uma das mãos e na outra um par de algemas de ouro dizendo:
"Cherchez la femme!"


Comentário de RR na íntegra:

Sigamos o método preconizado por Hercule Poirot, Sherlock Holmes e Ellery Queen. Investiguemos quem teve meios, motivos e oportunidade de praticar o crime.
Por eliminação, chegaremos ao nome de Mme. Lu Cavichioli:Meios: teclado, computador e uma imaginação fertilíssima;
Motivos: proporcionar aos amigos esses momentos de leitura agradável e instigante;
Oportunidade: Ela mesma admitiu ter estado na festa, e revela detalhes que só o assassino poderia conhecer.
Portanto, TEJE PRESA, cara mia!
Como diz Poirot: "Cherchez la femme!"





Meus agradecimentos a todos que aqui vieram e compartilharam dessa minha loucura literária mais que divertida.

Lu C.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dezoito Pérolas Negras





( um desafio para os detetives de plantão)

Havia muito barulho na casa, em  razão da festa de aniversário de seu marido.
" O corpo de Laura repousava sobre uma namoradeira de veludo cor creme que contrastava sedutoramente com seu bronzeado e que ficava no segundo andar da mansão em um local estrategicamente construído por ela. Usava robe de chambre na cor prata deixando despretensiosamente metade do corpo nu.  Ela parecia nervosa e no momento fumava uma cigarette francesa e o mundo estava ali e nada mais existia para ela. Olhava fixo para a cômoda antiga onde repousava em caixa aveludada, um estonteante colar de pérolas negras"...

Passos em surdina subiam as escadas e dirigiam-se ao corredor norte.

Saltos sambavam no lavabo da ala leste.

O aparelho de som da biblioteca começou a funcionar de repente ouvindo-se a nona sinfonia de  Beethoven.

O anfitrião subiu ao seu quarto para trocar de gravata, porque estava suja de mostarda. Isso aconteceu depois que Rochelle tropeçou nele derrubando a bandeja de canapés.
Madame Loran com enxaqueca, preferiu refugiar-se no segundo andar onde estavam alojados os quartos de hóspedes. Enquanto Rochelle tirou a maquiagem, vestiu pijama de gatinho e foir dormir o sono do justo, posto que estava embriagada.
O mordomo andava a passos de tartaruga no terceiro andar da mansão, levando a sopa de Madame Lion que estava acamada.

Nos fundos da mansão o canil estava em breu de silêncios.

O burburinho da piscina encobrira o grito de horror e a queda...Surda!
 
Algumas horas depois, Laura foi encontrada morta. Fora assassinada com um tiro no peito.

A caixa de veludo vermelho estava órfã das pérolas.

O marido caído no chão chorava copiosamente . E em soluços patéticos dizia:

_Ela tinha só 18 anos...
 
Personagens:
Laura
Mordomo
Madame Lion
Rochelle
Anfitrião (marido)
Madame Loram
suspeito 1 -que subiu as escadas na surdina
suspeito 2 -sambista no lavabo
suspeitou 3 -ouvia a nona sinfonia de Beethoven
Lu Cavichioli estava na festa
 
Na opinião de vocês, quem matou Laura?

 by Lu C.
setembro/2012

 

domingo, 2 de setembro de 2012




Oi pessoas lindas, buenas! Olha só, pra quem quer saber o final da saga de Romeu e sua Julieta na Terra do Nunca, clica na aba FÁBRICA DE HISTÓRINHAS.
Obrigada!
Super beijo