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sábado, 29 de janeiro de 2011

Ao poeta Desaparecido ( cena e canto únicos)



Quem já teve um amigo poeta
Sente na alma sua ausência
Buscando incessantemente seus versos
Para neles devanear e a saudade matar.
Quem já teve um amigo poeta
Guarda nos sonhos a lembrança
Da poesia bordada sobre o papel,
Transformada em finas rendas
Presente das musas do céu,
Quem já teve um amigo poeta
Procura desesperadamente por uma rima
Que indique seu paradeiro, embora
Tudo seja inútil, porque
Há muito, ele se foi
Sumira nas estrelas
Virando constelação, iluminando os céus,
Ofuscando a Lua, que invejosa
Repartiu-se em fases.
E não podendo mais suportar sua ira,
Tornou-se cheia.
Não podendo mais suportar sua fraqueza,
Tornou-se minguante.
E, em quartos se dividiu
Quando não mais suportou seus tormentos.
Então, meu amigo
Saudosa estou.
Mando-te um cometa
Para que nele viajes
Trazendo contigo minha alegria
Com lágrimas me despeço, e
Com saudade confesso
Que doente estou, por falta de versos.
Deixo um recado para ti no infinito
Se encontrares, tenha piedade
Regresse!


Para você Ivan, meu poetamigo que desapareceu . ..Talvez tenha prematuramente encontrado a morte!
Onde você estiver, aceite meu carinho !
Saudades!

by Lu Cavichioli

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma Carta para Mim



Prezada e afortunada Lu,( ouvindo a voz do ego).
Você lembra-se da estrela que pediu a Deus e o quanto ela te fez crescer, mesmo com dor?

Ao Querido Ego, (palavras do super ego)
Claro que sim, como poderia esquecer?

Ela chegou no momento em que eu precisava tomar juízo! Chegou fazendo uma revolução, colocando tudo às avessas. Essa estrela era mágica, mas eu não sabia! Fez com que eu cedesse minhas vontades, minha liberdade e a mania de ser menina, filha e bela adormecida. Adquiri à duras penas, forças para abdicar de meus desejos, para que ela pudesse brilhar. E assim foi.
Eu pensava que era como brincar com bonecas, triste engano e feliz constatação.
Seu brilho era tão intenso que fez nascer a mulher em mim escondida. Com dores gritantes meu crescimento repentino tomou conta da situação. E mesmo com o choro da ainda menina, ouviu-se a voz da mulher: Mãe!
Essa estrela foi crescendo na velocidade em luz e brilho, fazendo-se dona da minha vida. Iluminando meu caminho.

Hoje essa estrela é de primeira grandeza, possui luz própria, sorte a minha, porque por onde passa germina canteiros de paz .Conseguindo iluminar meu interior, minhas intenções, infiltrando-se até em minhas células, e lá conhecendo sua origem, descobrindo que é parte de mim, tornando-me forte e brilhante, através de sua luz.

A Estrela: MINHA FILHA - Cynthia

*carta enviada em 24/10/1985-data da chegada desta ESTRELA.
by Lu Cavichioli


arte by Graça Lacerda

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ele, o Raio de Sol




...Infinito e dourado incidia garboso raio de sol por entre o glacê perolado das nuvens.

Depois de uma viagem garoenta, o cinza finalmente adormeceu e foi armazenado no esconderijo do outono. E o céu abriu as janelas para ele entrar - o SOL!

Com urgência a terra precisava dele para iniciar o namoro entre abelhas, plantas e flores. Então ele chegou construindo fotossínteses, iluminando vidas e jardins.

Mas sabia que no êxtase do ocaso, ele teria que adormecer na plenitude da madrugada.

De tudo sabedora, a grande mãe Gaia , fez chover cintilantes gotas orvalhadas que descansavam sonolentas no alvorecer dos campos e jardins. Esperando ávida por seu beijo.
O beijo cálido; ele, o raio de sol.

by Lu C.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Carta para Clarice Lispector




Queridos amigos, essa postagem tráz até vocês uma carta que escrevi quando participei do concurso A Hora da Estrela. Onde deveríamos escrever uma carta para Clarice em nome de algum amigo querido. Essa carta poderia ser ficticia ou ilustrar algum nome público que tenha participado da vida da escritora.
Descobri então que Ilka Soares era sua amiga particular e foi esse meu ponto de partida.


Elaborei minhas idéias e pesquisei algo sobre sua vida para ter alguma base verídica, o resto eu inventaria. E assim foi.


Participei com muita gente boa, mas não fui a ganhadora embora minha participação já tenha feito o trabalho de vencer. Porque participar já faz a sensação.


Compartlho a carta para apreciação de todos.


Obrigada!



Rio de Janeiro, oito de dezembro de 1960

Clarice amada,

Saudações querida amiga. Escrevo em razão de teu aniversário no próximo dia 10, que completa idade tão privilegiada, onde tudo realmente começa. Pelo menos é o que dizem.

Faço votos que teu regresso ao Brasil seja pleno de felicidade e que tenhas inúmeras realizações.
Com alegria venho convidar-te a pedido de meu amigo e jornalista Alberto Diner, para que assines minha coluna no Diário da Noite. Ontem conversamos muito ao telefone, e ele me dizia do grande sucesso que já é Laços de Família. Inclusive, ele próprio me presenteou com um exemplar.

Ah, Clarice quero te pedir algo, abandona Helen Palmer – revela-te, artista. Tu és Lispector, a Clarice de todos nós.
E olha, tenho mais uma novidade, essa é de arromba, prepara-te: Conhece a Editora Francisco Alves? Pois é, eles estão interessados em publicar teu romance A Maçã no Escuro. Não é bárbaro? Ouvi rumores outro dia na confeitaria do Café Estrela.
Sem mais

abraço-te.

Ilka Soares