... A lembrança até que é um sentimento bom, porque lembrar daquilo que vivemos de bom, reconforta. Porém junto com as lembranças vêm a saudade, essa é "marvada"!
Estou dizendo isso porque hoje passei pelas cercanias da minha infância e logo comecei a viajar e me vi menina de novo vestindo bermudinha e regata brincando em frente a calçada da casa dos meus avós. Naquela mesma calçada haviam outras meninas que eram minha amiguinhas e a gente fazia a festa brincando de amarelinha, esconde esconde, mãe da rua e cantigas de roda.
 |
Olha eu aí com eles com 1 aninho de idade |
Nessa época eu já estava na escola , tipo primeiro ano e eu estudava de manhã e todas as tardes ia pra casa da minha vózinha porque nós morávamos na rua de cima e eu fazia a via sacra todos os dias.
Lembro do meu avó na porta da frente palitando os dentes depois do almoço e quando ele me via abaixava e abria os braços e o abraço era rodado e lá no alto. Ele sorria e falava pra mim se eu queria ir na vendinha da D. Catarina comprar doces. Imagine perguntar por macaco se ele quer banana kkkkkk - então ele me dava uns trocados e lá ia eu descendo a rua até o final e lá estava a vitrine recheada de cores e sbores que hoje já não existem mais.
 |
OLha gente que FOFOLETES |
A boa senhora quando me via já sorria dizendo: _Oi Lucinha o que vai querer hoje? Eu, faceira com dedinho na boca ia olhando aquelas guloseimas e nunca conseguia decidir na hora. Depois de muito olhar eu pedia um doce de goiabada no palito envolto no açúcar cristal, uma paçoquinha do AMOR e um pirulito chupetinha. Ahhh que SAUDADE!! Pagava e saia feliz da vida, saltitando com meus pezinhos e sentindo que a calçada eram nuvens.
 |
pézinhos da Lu em calçadas outras |
Hoje passei pela mesma rua dirigindo meu automóvel. Parei no farol bem na cara da lojinha de doces da D. Catarina e olhei... Olhei e me vi ali na vitrine. .. Caraca a lembrança é boa, mas a saudade dói.
A pessoa dirigindo e vendo a infância pelo retrovisor
Hoje a lojinha é um bar chechelento com aqueles bebuns na porta... ECA!
A casa dos meus avós foi toda reformada, aliás as casas todas ali. O curioso é que a calçada ainda me conta histórias porque ela continua firme e forte.
Atualmente meus avós já partiram e creio D. Catarina também, assim como toda vizinhança. E minhas amiguinhas devem ser mães, avós, tias... Nunca mais vi ninguém.
A vida é assim, um caderno de muitas páginas e a gente deve saber como e quando vira-las para ler o próximo capítulo.
Eu volto com muito mais, contando minhas travessuras, porque eu fui uma pestinha kkkkkkkkk
abraços de afeto a todos!