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domingo, 8 de julho de 2012

Kepler, a Lua surreal de Pandora


arte de imagem Graça Lacerda em Pandora


De todas as ciências, a matemática sempre foi uma espécie de trator intelectual agindo drástica (mente) em mim. Na escola eu levava reguadas na cabeça e puxões de orelhas por causa dessa maldita e rabugenta proprietária dos números.

Nunca me dei bem com números, nem cálculos e muito menos com fórmulas, essas abobrinhas generalizadas e tão exatas que deixam qualquer um atormentado, e “desneuralizado”.  (Ainda bem  que  a licença poética abre alas para meus neologismos desconcertantes- ufa!)

Em uma dessas madrugadas alopradas eu sonhei com esse cara aí, o Kepler e sua  física celeste”.

Lembro que era de noite e o céu estava limpo, escuro e repleto de balões  desses em que a gente entra e vai dar um passeio nas estrelas. Eram muitos e dava até  certo pavor olhar aquela dança metafísica e colorida.
Eu estava maravilhada com o balé e o mais assustador é que eu esticava a mão e podia tocar os balões. Muito surreal... Mas o que eu não esperava é que entre os balões existisse uma esfera luminosa, inquebrável e arrogante. Eu disse arrogante? DISSE!! Justamente porque eu não conseguia toca-la.  Mas, acreditem ou não num ímpeto desastrado eu voei e fui cair justamente na Lua desgarrada entre seus filhos -  os ditos balões.

Eu tinha caído aos trancos e barrancos,  mas não sentia dor nenhuma porque eu voava em espírito, livre de todas as dores e males.  Lá em cima, na esfera arrogante eu era branca, quase transparente. Meus movimentos eram refinados e meus pés flutuavam  e as cores dos balões passavam por mim como brisa.

Continuei deslizando feliz quando me deparei com a figura de uma mulher nua, de pele alva e cabelos cor de fogo. Ela estava sentada em uma pedra e segurava nas mãos uma caixa de prata. Aproximei-me . Ela hesitou! Eu a olhei fixamente e tive medo porque ela rodeou a pedra sumindo nas estrelas. Porém a caixa ficou sobre a pedra...

Senti a vontade imediata em abrir a caixa, mas eu  me lembrei da matemática que era exata e eu inexata e desativada.

Os balões continuavam a rodear-me e a Lua surreal começou a girar rapidamente e eu vi relógios e seus ponteiros escravos andarem ao contrário e todos os números gargalhando sobre meus neurônios imbecis que só conheciam o abecedário que só  sabiam formar palavras e as palavras só sabiam formar frases e as frases só aprenderam a gerar parágrafos, e então apavorada eu percebi que Kepler estaria em tudo porque tão somente era exato, definido e sem possibilidade de erros. Ele e sua mal falada filha adotiva - a matemática, já que Pitágoras cansou das cornucópias frutíferas  de um pentagrama esquecido nos séculos da humanidade.

Acordei espantada , mas feliz porque Pandora desapareceu pra sempre. Ela e sua caixa que só continham males , sombras e mentiras. Contudo ficou uma dúvida:

Por que Pandora sumiu deixando a caixa pra mim? Será que o segredo de Pandora era aquilo que Kepler chamava de razão astronômica da física, onde os males espalhar-se -iam pelo universo e os números ficariam mais acessíveis à esta pobre cabecinha - a MINHA?

Talvez...

Texto dedicado a Pitágoras, o Pai da Matemática e a Kepler, o Pensador das Estrelas.

By Lu Cavichioli

São Paulo/ julho/2012






6 comentários:

  1. O Número não existe na Natureza. Foi inventado pelo homem para ser seu escravo. E a Matemática é sua algema.
    Mas o homem apaixonou-se por sua criatura e escravizou-se ao seu escravo...
    Sorte que existem espíritos livres como o teu, imunes ao feitiço artificial do Número. Abre sem medo a tua caixa, o conteúdo não terá poder sobre ti.

    Beijos.

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  2. Ambos, Pitágoras e Kepler devem estar "matematicamente"

    "em órbita"...

    -exatamente nesta ordem! Doidos pra te conhecer...rs

    E mais!- esse teu sonho surreal fez ainda com que a mítica deusa Pandora acordasse e (re)visse e renovasse a tempo seus conceitos!!! A tempo também de escolher a quem ela, a deusa grega, pudesse, enfim, escolher quem seria a sua fiel depositária de fhitos!

    Ai, amiga, então vc detém O segredo!!rs

    Adorei esse sonho. Adorei te ler.

    Beijos "não-comuns", Lu!

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  3. RR, eu sempre soube que os números seriam meus inimigos mortais. Contudo, fui salva pelas letras que me conferem livre passagem para o infinito e além.

    Na "caixa" da Lu só cabem
    vivências e aprendizados, lá não existem números, só coração dilatado (para os amigos)!

    Beijo meu queridíssimo amigo!
    :D

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  4. Oi Graça linda do meu cuore , posso rir kkkkkkkkkkk? Esse "matematicamente em órbita" foi pra lá de bom e além de marraquexe kkkkkkk.

    Pandora foi-se e com ela a maldita caixa dos males.Há quem a guarde ainda...! AZAR, né miga? rs

    bacios pra ti amada
    boa semana!!
    :)

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  5. Lu linda e doce Lu. Segredos nessa caixa com certeza cabe a ti abrir a mesma e decifrá-los. Lendo-te fiquei sabendo dessa sua ojeriza pela matemática rrsrsrrsrsr. Sabes tu que nem escrever sei mas tentei algumas vezes ser contista. E tenho algo parecido rsrrsrsrsr.Pandora Pitágoras e Kepler vão começar a te procurar nesses sonhos rsrrsrsrsrrs. Mas lindo surreal ou não vindo da sua imaginação. Faz com que nós simples mortais aprendamos algo é claro que aqui matemática nem pensar rsrrsrsrs. Mas sabes se você estivesse criando fórmulas hoje esse velho aprendiz não teria lido seu blog.Beijo nesse coração iluminado por estrelas tantas quantas fórmulas espalhadas por ai.

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  6. Antonio, vc é um querido e tenho muita saudade de ti.

    kkkkkk vc viu, DETESTO matemática!
    Fiquei contente por ter vindo e compartilhado essa loucura de texto. rs Acho que acordei Kepler, Pitágoras e a malvada Pandora hehehe, com meus sonhos.

    beijos pra ti meu fofo!
    :) obrigada pela visita.

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