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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Cajueiro, A Sinhazinha e o Novelo de Lã - a saga continua

DESENCONTROS - CENA II



 
O caminho para o Cajueiro



Certa noite, a Borboleta que era Novelo de Lã resolveu virar mariposa e pousou no tronco do cajueiro. E ali ficou tecendo seu tricô de palavras aproveitando para consolar o Cajueiro, cuja raiz gritava de dor, porque certamente iria parir o mapa astral.

Sinhazinha nem de longe desconfiava dessa dupla noturna, pois nesta noite ela resolveu dormir na praia a contemplar fogos de artifícios num reveillon bêbado e maltrapilho.
Ela sabia que o Cajueiro que virou fogueira de São João acostuma-se com fogo-fátuo que saiam cantando das partituras guardadas em peças de relicário sonoros, azuis e compenetrados, na negritude infinita de seu próprio universo.

Esta era uma noite de choro para o Cajueiro porque ele sentiu-se abandonado pela Sinhazinha que pegou caronas em claves de sol - afinal ela era um pássaro.

 
Novelinho de Lã emaranhado em borboletas

O Novelo de Lã, esperto, sabia olhar dentro das pessoas que passavam garbosas entre as cercanias do arraial. Então ele ficava enrodilhado dentro do balaio que não era de gatos, mas pertcencia somente à Sinhazinha.




 
 
Sinhazinha libertando as borboletas




 NOITES E AÇÚCARES - CENA III


Aconteceu certa noite que a Sinhazinha resolveu fazer pão de queijo, mas como ela não tinha a receita, decidiu fazer pão de açúcar.Daí ela não queria experimentar o pão sozinha, lembrou-se do Novelo de Lã que guardava em seu balaio que poderia ser de gatos se ela quisesse. Mas qual foi sua surpresa quando ela ali o procurou... Cadê o novelinho ?
Estaria tecendo colcha de retalhos sob o Cajueiro que descansava aos olhares da lua?

A solidão de Sinhazinha


Aos poucos, Sinhazinha recolheu-se à sua solidão e ali ficou a admirar os pães de açúcar pendurados no céu do Cristo Redentor num cantinho da janela. Ficou a olhar estrelas por um tempo fechando a janela em seguida. E foi aí que ouviu um fino miado meio esganiçado - deveras irritante que vinha em sua direção. Era lusco-fusco, seu bichano de estimação que trazia na boca o Novelo de Lã todo emaranhado e envolto em borboletas noturnas estranhamente coloridas.
Então Sinhazinha acenou para o Cajueiro, desfez os nós libertando as borboletas e resolveu dormir um sono milenar (semelhante ao de uma certa princesa).



Lusco-Fusco







A saga continua em outra oportunidade - deixemos o Cajueiro dormir e virar uma Dama

By Lu C.


6 comentários:

  1. Um mundo onírico cheio de significados. Muito interessante.

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  2. Como disse a Dulce, seus sonhos não cabem no sono e transbordam para cá. Que sorte a nossa!

    Beijos.

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  3. Oi Dulce, a histórinha desses 3 elementos tem rendido um bocado de divertimento. Gosto destes personagens um tanto bizarros outro tanto simbólico.
    Talvez eles (os elementos) até existam com outros nomes ou em outras dimensões.

    Obrigada querida por sua leitura!

    abraços

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  4. rsrs... pode crer RR, ultimamente esta tua amiga doidivanas anda perdendo parafusos (espanados) talvez que fizeram de mim uma escritora viajante da própria história.

    Sonhadora demais! Mas, vale a pena, sabia? Sorte a MINHA em tê-lo como meu leitor, porque sempre aprendo contigo.

    bacios caríssimo
    :D

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  5. Que continue a perder parafusos porque você me faz sentir criança. Tem fértil imaginação e constrói com graça esse mundo de sonhos. Bjs.

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