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quinta-feira, 21 de março de 2013

Qual é o nome do livro?






Meio cansada, meio arredia...
Os dias andam entediantes e o sol chegou ardido e voraz.
As tardes ainda são amenas, mas os malditos siriris já começam a pulular  na presença das lâmpadas e isso é completamente fora de propósito porque a primavera ainda nem deu as caras.
Ando sentindo um fraquejar de nervos e músculos ficando acorrentada sem correntes. Estranhíssimo!
Mas voltando ao sol, creio que verdades já foram ditas e o calor insuportável certamente vai aumentar com o passar dos anos e a Terra se transformará em uma joia... Retorcida e incandescente na orgia do magma.
Os humanos nada têm para fazer porque eles não querem fazer.  E o planeta está ao Deus dará, sofrendo e declinando estupidamente . Talvez  os terráqueos queiram morar numa estação espacial , fria e sombria, onde tudo é um apertar de botões e as máquinas(somente), realizando desejos inanimados.”

Será que ainda existirão reprodutores?
 
 
O homem sentado no banco da praça, fingindo ler um jornal amarrotado assusta

-se ao ouvir essa pergunta vinda de um telão digital instalado no alto de um

prédio de fiberglass.
 
Ele coça a cabeça e revira os olhos um tanto amedrontados, supondo que ele também é um reprodutor.
Eu, do outro lado da avenida, ouço a pergunta e olho cinicamente para esta figura medrosa que poderá num futuro nada distante, perder a medalha de inseminador.
Solto gargalhadas piramidais e atravesso a rua para olhar naqueles olhos (quase)  esbugalhados , o terror que se instala na cidade (que chove). Dias soturnos estes.
A espécie reprodutora está em extinção e o banco de futuros bonequinhos de carne anda abarrotado de soldadinhos cheirando a água sanitária.
Dou de ombros e vou em direção ao metrô descendo as escadas com frouxos de risos. La embaixo na estação há um tumulto. Policiais tentam conter um adolescente aparvalhado com a pergunta que fora feita na superfície e que ele ouviu através de seu radinho de pilha megassônico.
Mulheres balzaquianas e frívolas adolescentes acompanham a decadência masculina enquanto eu me aproximo juntando-me a elas.
Os policiais ficam entreolhando-se abalados com a pergunta que pode  virar notícia de primeira página no dia seguinte.
Um senhor claudica, rindo-se pelas costas e dá meia volta e se enfia no tumulto dizendo:
- para que tanta perturbação se a espécie humana será (em curto prazo) somente feminina? De que valem agora, seus gritos machistas e esse abuso de poder inadequado, pérfido e incolor?
Danem-se todos!
 
 
Dito isso subiu as escadas do metro em direção ao jornaleiro pedindo um arauto da manhã... Pois a lua já tinha deixado seu legado diário para o sol.
Eu apenas pedia uma média requentada com pão de forma recheado de presunto queijo.
Você já leu este livro? Eu o levo comigo na bolsa porque ele retrata o futuro. O nome do livro?
 
 
 
Por que você quer saber o nome do livro? Que te importa?
Há tantos nomes para esse livro...
Alguém arrisca o título?
By Lu Cavichioli
São Paulo
Agosto 2012-08-21
 
 
 
 
 

6 comentários:

  1. Seria "Seres de Aço?" ou quem sabe, "O Dia em que a terra Parou... de Transar?" Falaí...

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  2. Também fico a imaginar para onde está caminhando a humanidade que tudo quer desenfreadamente, mas nada quer fazer... nada que os desacomodem... O nome do livro realmente não é importante.... há mais no que se tomar providências... Uma reflexão intensa e inquietante.
    Abraços, Lu!!

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkk ai Ana, só vc mesmo! ahauhuahuah
    Seria pereito esse título - acho que venderia horrores. rs

    bj

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  4. Oi Malu, há muito que se fazer... E ficamos na velha reflexão:
    Se cada um fizesse sua parte...

    bjs e boa tarde!
    :)

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  5. Sugestão do Machado (o de Assis): "Nem clarins, nem tambores."

    Que tal "Marcha fúnebre"?

    Beijos.

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  6. RR, to aqui rindo até agora... Vindo de um homem após a leitura, o título veio bem a contento - Caindo como uma luva! rs

    bacios bello

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