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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Série: Um Sonho em Paris - SAUDADE DE UM CERTO AMIGO




Carta secreta (universalmente deflagrada por mim) – a meu amigo, o brasileiro que sonha no estrangeiro.


Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1976

“Querido e inesquecível G. Apolinário
Sei que está assolado pelo deslsumbramento feminino de uma figura que, sem saber, tornou-se tua carcereira.

Preciso urgentemente falar-lhe. Telefonema custa caro e você sabe que tenho precisão em economizar. Então o correio foi a melhor opção.
Outro dia recebi um aviso do banco em teu nome que dizia que o débito automático estava cancelado e que tuas contas seriam enviadas pra tua casa. Teu aluguel está atrasado 10 meses ( se é que te lembras). ...b

O tintureiro entregou o terno da formatura aqui em casa e reclamou dizendo que nunca mais pega tuas roupas. Só pra te avisar, eu paguei o tintureiro.
Manda notícias seu ingrato e pare com essa loucura de mulher azul, senão eu mando a Súreté Nationale te prender - SEU MALUCO!

Se você não enviar resposta, pego suas economias e compro uma passagem e te trago a força".

Teu amigo/irmão (infalível e fiel)
A.C

Por Lu Cavichioli

3 comentários:

  1. - Assim, em doses homeopoéticas, o efeito é garantido, mas a cura são outros quinhentos...
    - Por que Paris é sempre o destino final dos deserdados do bolso e dos herdeiros da fortuna (não essa, a outra)? Mistérios...
    Bonito texto, Lu. Qualquer dia eu descubro o que ele quer dizer. Enquanto isso, mande mais doses... esse remédio causa dependência.
    - Abraços.

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  2. Oi Rodolfo, realmente para quem lê assim, à primeira vista pode não entender o significado do texto. então eu explico ,(com imenso prazer).

    G. Apolinário é meu protagonista, diretamente ligado ao D.J. de Roberto Drummond, ou caso queira , a mesma pessoa, só que reescrito por mim. Lembra da releitura da obra e tal... Pois é! Continuando, Apolinário supostamente está em Paris e vivendo um grande amor, um louco amor, deveras enigmático e devastador. E A.C. é seu amigo fiel e sente falta dele e o quer de volta a realidade e aí resolve escrever essa carta. Que para minha e sua alegria, tem resposta.
    rsrsrsrs....Aguarde.

    Obrigada por acompanhar a série.
    super beijo e até mais.

    LU C.

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  3. Nossa esse cara se parece comigo, guria!

    Um dia também irei a Paris me aventurar sem dinheiro e não adianta ir me buscar não! Não volto!

    Um abraço! Feliz Natal!

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