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sábado, 25 de agosto de 2012

Fábrica de Histórinhas

Romeu e Julieta na Terra do Nunca

Episódio I





Romeu e Julieta



Verona estava tão calma que Julieta provida de seus 15 anos resolveu passear na praça principal e tomar um sorvete. Ela trajava um vestido cor de vinho sustentado por um corpete ajustado por ilhóses de prata que abrigava uma blusinha branca de puro algodão  com mangas bufantes.
Seu cabelo estava solto e livre dos nós daquela trança que ela odiava e sua boneca Neide, andava de mãos dadas com ela.

 
Neide



Do outro lado da praça estava a igreja da matriz e em suas escadarias, sentado em posição de meditação, havia um moçoilo vestido com seus 17 anos e metido numa fusô  acompanhada de um colete acinzentado e camisa de seda perolada
. Sapatilhas e boinas ostentavam a cor petróleo compondo seu figurino, assim meio parecido com um bufão, e a seu lado garboso e imponente, estava Fuzarca, o cão.



 
 
Fuzarca


A fonte de Santa Lucia jorrava peixinhos coloridos através de um bocal de serpente, revestida de pedra, feita pelo artista plástico Maurício de Sousa. As águas eram límpidas e podia-se ver o fundo da fonte onde moravam pequenas sereias e seus tritões apaixonados.

A vida era assim em Verona, calma, morna e atípicamente tediosa. Ao longe ouvia-se a banda imperial ensaiando o Hino à Bandeira Nacional que seria hasteada com pompas no próximo fim de semana.

Neide e Julieta já cansadas e com sede foram à bica mais próxima refrescarem-se quando Fuzarca começou a mordiscar o vestido de Neide. Romeu ralhou com o animal que logo se arrependeu sentando-se ao lado do dono.

Julieta levantou timidamente seus olhos amendoados desenhando um riso maroto no canto dos lábios rosados. Romeu fez reverência , pedindo desculpas e dizendo:

 - Cara Julieta, minha andorinha celeste, meus olhos acendem o brilho do coração ao ver-te assim tão perto esta manhã. Desculpe o atrevimento de meu cão, mas ele é perdidamente apaixonado por Neide.

_Ora caro Romeu não se amofine com bobagens, eu estava mesmo à tua espera.

_ESTAVA? - bradou Romeu.

_Sim, oh meu sonho de consumo! Lembras que ficaste de levar-me ao Poço dos Desejos Secretos?

_Oh, sim, minha idolatrada, salve salve! Claro que lembro... Mas, mas, onde está tua boa e fiel Bá?

_Neste momento deve estar fazendo as unhas e lixando aquele calcanhar craquento... E quem sabe, fazendo uma máscara calmante em sua rosácea.

_ Então aproveitemos, oh raio de sol que fez-me saltar de contentamento ao ouvir o arauto da manhá em teus lábios.

_Mas onde ficarão Neide e Fuzarca?

Irão conosco, amada minha!

 

Poço dos Desejos




E depois desse diálogo metade Shakespeariano metade Cavichioliano, foram-se os dois jovens e seus mascotes ao Morro dos Ventos Uivantes em busca do Poço dos Desejos.

Lá chegando foram surpreendidos pela guardiã da fonte - uma lagartixa pre-histórica com olhos de diamantes, que só poderiam ser vistos à noite porque de dia eles confundiam-se com o sol e ninguém sabia se ela estaria dormindo ou acordada.

O Poço dos Desejos fazia morada dentro de uma Fonte e era rodeado com gelo seco instalando-se uma espécie de fog londrino em volta do tal Poço.

 Era mister aproximarem-se com muita cautela, mas Neide era uma boneca sem modos de mocinha educada e logo soltou a mão de Julieta correndo frenética em direção ao beiral esfumaçado.

Julieta gritou! Romeu assustou , Fuzarca latiu... E Neide desapareceu...

O sol estava a pino e não se podiam ver os olhos da lagartixa, sendo assim, os adolescentes desavisados correram até o beiral a fim de salvar Neide.

Pobres coitados! Foram engolidos com Fuzarca e tudo... Iam então sacolejando dentro da pança dquele bicho bizarro até que foram cuspidos em um bosque com macieiras brancas, canteiros de amores perfeitos e miados de gatos coloridos. Ao longe tambores batucavam a dança da chuva , enquanto o céu anunciava segredos.





Bosque das Macieiras







Terra do Nunca




Meio atordoados, nossos quatro amiguinhos entreolharam-se resolvendo colher maçãs brancas, mas foram atropeladas por uma corja de vândalos maltrapilhos com porrete nas mãos .

_ Quem são vocês, bizarras criaturas? Indagou o mais velho dos maltrapilhos.
Não houve resposta, somente o latido atrevido de Fuzarca.

Sem demora, um dos pequenos vândalos exclamou:
_Façamos purê, mestre?

_Cale-se Pormenor, você por hoje já saturou minha paciência! Vamos leva-los à presença de Pan, ele saberá o que fazer.




Pan à esquerda, filho de Peter à direita







 
Pormenor


E assim, amarrados e amordaçados, Romeu ia manquitolando seguido por Julieta descabelada, e Neide que perdera metade de sua cabeleira de lã verde, agarrada ao pescoço de Fuzarca rosnando baixinho.
Sabe-se lá para onde...

continua... (nem sei) - mas pretendo, está divertido!rs

by Lu Cavichioli
agosto/2012
São Paulo


8 comentários:

  1. Isso é abusar da tesoura analítica e da cola sintetizadora. Quero mais! Quero mais!
    Você é sempre genial assim, ou só quando está distraída?

    Beijo.

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  2. kkkkkkkk Bem lembrado RR, caríssimo.

    Tenho comigo que estes, são momentos de distração e peneira na mão, para não perder nenhuma letrinha e quando isso acontece eu saio meio da órbita , hehehe...

    Tesoura e cola fazem um mural, onde coloco tuas mensagens em forma de comentários... TODAS GENIAIS, É CLARO!

    grata meu amigo em compartilhar de minhas traquinagens! Aprendo muito contigo.

    beijo nas mãos!
    :D

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  3. ... ah, me esqueci, vai ter mais sim, estou me divertindo com essa maluquice.

    bacios
    :D

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  4. Olá, Lu. Saudade! Estive em falta por motivo de doença. È muito rever suas páginas! Vc é genial menina. Adorei! Deixo mil beijinhos e feliz semana.

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  5. rsssssss...Essa fábrica dá bom caldo,rsrs Legal e divertida e imagino a cena final... beijos,tudo de bom,chica

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  6. Estou adorando ler esta fábrica.
    Quero saber o final.
    Beijos.

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  7. Eu me senti criança, aguardando pelo próximo passo dessa dança mágica. Claro que deve continuar, pois anseio por mais. Amei, Lu!
    Bjs.

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  8. Hoje vim conhecer, mas ja seguindo volto logo porque ~e encantador tudo por aqui.
    Bjs

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