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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Razões do Coração Cena II


Depois do pinheiro eleito, Rose aproveitou para levar algumas mudas para o canteiro da ala oeste  que estava um pouco abandonado e onde havia abundância de luz sem o comprometimento de um sol a pino. Por isso deu preferência para os Lírios da Paz e Antúrios.

Perguntou ao pai se ele queria algo em especial já que era um amante das flores, e seu Carmo escolheu um vaso com Amarílis já todo ornamentado e prontinho para colocar na entrada da casa.

Alice ganhou uma gaiolinha com um agaporne artificial que falava sempre que mexia seu pescoço.

Aproveitaram para almoçar no restaurante do Garden, onde mais tarde encontraram com Marcos e todos se deliciaram com os pedaços carnudos de um frango a passarinho com salada e pão italiano com sardela.

A semana começou com uma garoa fina e um nublar de céus estranhamente configurados para um verão no país tropical abençoado por Deus. Contudo, as obrigações do dia a dia não param e Rose acabava de chegar à Clínica.

Algumas clientes já estavam à sua espera e ela correu pra agenda verificando o que tinha naquele dia. Felizmente só tinha três atendimentos e dois deles eram rápidos. Seus pensamentos estavam nas compras de natal e na visita ao Orfanato. Sua ansiedade aumentava a cada hora e via-se que estava dispersa, porém procurou manter o foco, mesmo porque a cliente não parava de falar mal do marido que dizia que ela precisava mesmo de muita massagem e regime porque estava gorda demais.
Depois de atender sua última cliente, Rose desceu para a copa pedindo um café e ali se sentou cabisbaixa com seu olhar fixo no olho negro da xícara que exibia sua bebida. Seu corpo ali estava, mas seu espírito parecia vagar no infinito de seus pensamentos até que tilintou o celular.

Num sobressalto voltou ao mundo real:
_Alô!
_Rose?
-Sim, quem está falando?

-Você não reconhece minha voz?
_Deveria?
Houve um silêncio assustador, porém breve.

_Alô - chamou Rose

A mesma voz continuava insistindo que ela deveria reconhecer com quem falava.
A voz era feminina e tinha um tom infantil e se permitia falar com alguma intimidade, como se conhecesse Rose há muito.

Rose já sem paciência estava quase desligando quando ouviu:
- Não se esqueça de mim, eu te amo.

Depois disso a ligação foi encerrada. Rose ficou pálida e quase sem ar e sem pensar muito pegou sua bolsa saindo rapidamente, tentando sem sucesso retornar a ligação . No visor sempre a mesma resposta: número inválido!
O fim da tarde se aproximava e a torrente de pensamentos a estava deixando meio zonza, até que resolveu ir diretamente às compras de natal sozinha e totalmente decidida a comprar o que cada um deveria receber segundo suas preferências. Contando com sua capacidade intuitiva que  sempre lhe salvava na última hora.
Ao término da árdua tarefa dos presentes, Rose voltava pra casa e enquanto dirigia ,um pensamento voltava a lhe atormentar- o tal telefonema e a voz suave e melindrosa que tilintava em seu ouvido. Aquilo mais parecia um sonho com gosto de pesadelo carregado de mistério e ao mesmo tempo mesclado com certo desejo de ouvir novamente. Contudo, disse a si mesmo que por enquanto esse acontecimento deveria permanecer em segredo.

Ao chegar na porta de sua casa, enveredou seu veículo para a garagem acionando o portão eletrônico. Marcos estava no jardim com ar de preocupação.

_Ei amor, porque demorou tanto a voltar?
-Oi querido, boa noite - disse-lhe em tom cansado, passando sua mão pela barba serrada do marido beijando-o levemente na boca.

-Você está bem?
-Sim, só demorei porque fui as compras.  Baixando os olhos e comprimeindo so lábios continuou...  -Tá querido, eu sei que havíamos combinado de sairmos juntos para isso, mas sou inquieta e meus impulsos manipulam minhas vontades voluntárias.
Marcos a ajudou com os pacotes. Seu Carmo a estas alturas já estava se juntando a eles para ajudar. Alice dormia - felizmente!
No silêncio da madrugada, o celular de rose avisa que uma mensagem havia chegado. Ela estava na cozinha preparando o chá que certamente dividiria  com a insônia. Ouvindo o som, correu pegando o aparelho, quando leu a mensagem de texto:



Boa noite durma bem e se puder sonhe comigo...








Continua...
by Lu C.



9 comentários:

  1. LUCIAAAAAA.

    COMO ASSIM?

    AII QUE ODIO. QUEM É ESSA INFELIZ QUE LIGOU E MANDA MENSAGEM MEU PAI.

    ADOREI O "DEVERIA" DO ATENDIMENTO AO TELEFONE, É TÍCIO DE VC, TUA CARA ISSO, BEM SEM PACIENCIA. RSRSRS, ADORO!

    NOSSA, HJ A NOITE C PÕE A PARTE 3? POR FAVOR? OU MANDA PRA MIM POR EMAIL EM SEGREDO VAI.

    BJS E A ANSIEDADE PERMANECE.

    BJS PATTY.

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    1. Patty, terceira parte quase concluída! Só mais um pouquinho tá rsrs

      bacios amada!

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  2. O blog está muito bonito. O vermelho aquece.
    Lu, você conduz seus contos de uma forma que nos deixa ligados. São permeados de suspense e trabalham minha imaginação. Agora, fico pensando de quem é a voz. Alguém que passou um Natal em sua casa? Bjs.

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    1. OI Mari, obrigada. Fico feliz que tenha gostado do vermelho que você bem disse: "aquece" e que eu acrescento: "aconchega"!

      Grata por compartilhar essa pequena história de tom delicado, porém misterioso.
      De quem será a voz? Humm... Será que isso é um trabalho para o Super Homem? rs Não... Né não...
      Um pouco mais adiante vou revelar de quem é a voz e devo confessar: Vai ser de arrepiar! rs

      bacios cara mia!
      :)

      beijo grande

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  3. LU, SE É DE ARREPIAR, EU ADOROOOO, A MELHOR COISA QUE TEM EM CONTOS E HISTÓRIAS SÃO DESFECHOS REPLETOS DE SUSPENSES E ARREPIOS. KKK, ADORO. BJS!

    PATTY.

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  4. Adorei!

    E não poderia ser diferente...não mesmo, nunca!
    Miga, que gostoso esse conto, dividido em cenas! Fui ler a Cena I (claro, pra conhecer as personagens, uma vez que tua amiga aqui fez feio e nem veio te ler...contudo, vc já sabe o por quê...)
    Lendo a Cena II, mais forte que a primeira, devido ao suspense, num degradê de emoções...PLOFT, eis que me pego a ficar curiosa, como a Patty, coisa que normalmente não sou...rs

    Aguardo, para breve e ansiosa, a Cena III (será ela o desfecho?).

    Bacios,
    e, conforme ficou assentado entre nós, voltarei assim que terminar as devidas correções da mono.

    *****

    ***Muitas vezes, miga, o tempo é injusto conosco, e sempre fico triste quando perco alguma leitura sua, pois sabes que amo teu estilo e tuas criações.
    Voilà!! O mundo dá suas voltas...

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    1. Gracinhaaaa que bom ver-te por aqui!
      Esse conto foge ao meu estilo, eu nem sei como estou a escrevê-lo. Enfim, o enredo está fluindo e não posso dele, desvencilhar-me. Contudo, a cena III ainda não é o desfecho... rsrs - E se eu não der um basta, a coisa vai longe.

      Grata cara mia, por sua presença e seus minutos que são preciosos, neste período em que conclui tua monografia.
      Sabes que gosto imenso de teu parecer, porque sempre aprendo com ele.

      bacioo mile, bella!
      até mais e voilàll ma cher!

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  5. Hum... eu acho que sei quem é a mensageira misteriosa... mas não vou falar, pois posso estar errada, e se estiver certa, estragarei a surpresa... aguardando ansiosamente pela parte III!

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    1. Oi Ana, bom vê-la aqui lendo meus escritos,pois uma contista de seu calibre s´po me faz honras!

      Ahhh, já está tentando advinhar a "mensageira"!? É tão somente tua imaginação alçando voos mágicos, né? rsrs

      ... Quem seria? Mas será que ela existia mesmo ou era pura alucinação vinda do coração de Rose...
      bacios caríssima

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