
A rua mencionada era onde ficava o cemitério. Há muito tempo fatos estranhos estavam acontecendo. Alguns diziam ouvir uma mulher que cantava canções de ninar. Já outros, ouviam gemidos estranhos que ecoavam das entranhas dos túmulos. E naquela noite, Josefina testemunhou outro fato. Talvez o mais bizarro.
Ela nos contava meio sem fôlego, tremendo de susto e medo, enquanto a molecada ria e corria do lado de fora da casa.
_Gente, eu vi! Era uma moça... era ela!! Eu a reconheci.
_Calma, Fina - dizia D.Maricota, a costureira; respire e fale devagar.
A casa continuava cheia de gente, cidade do interior... aquelas coisas...todos queriam ouvir o tal caso. Então, ela continuava:
_Ela vinha em minha direção, estava vestida de noiva. Vocês não se lembram? Da professorinha? Que sumiu no dia do casamento?
Era uma história antiga. Os mais novos estavam boquiabertos e os mais velhos relembravam a triste sina da moça.
Fina resfolegava entre um gole d'água e outro.Chamaram o padre para exorcizá-la, as comadres beatas benziam a casa...
O fato é que no dia do casamento, com todos os convidados instalados na igreja da praça, com direito a bolo e docinhos, o padre em traje dominical, todo garboso, ninguém suspeitava o atraso da noiva, porém estranhavam a não presença do noivo.
Onde estaria o noivo?? Sim, porque atraso é coisa de mulher. É sempre a noiva que atrasa!
Mas naquela noite não havia nem a noiva, e muito menos o noivo.
Soube-se depois que o tal futuro marido havia fugido com a mulher do chefe de polícia. Mas... e a noiva???
Essa sim, desapareceu!!
Depois de muita investigação e algumas pistas óbvias, deu-se a solução para o enigma
.Um caso trágico!
A noiva fora sepultada viva. Deram-lhe um sonífero e a enterraram com a roupa do casamento.
Que tragédia!!!!
E... Em noites escuras, vê-se o vulto branco e desolado, de buquê na mão, procurando por seu noivo assassino.
pernas pra que te quero!!!by Lu Cavichioli