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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Crônica Paulista

Amigos, hoje andando pela minha cidade, a louca e doidivanas São Paulo, fiquei a observar cantos, praças, calçadas, buzinas, passos apressados e daí... voltando da feira, parei pra um pastel pq ninguém é de ferro e continuei observando e agora de noite resolvi postar minha crônica sobre São Paulo.

Espero que apreciem
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São Paulo que te quero meu!


Teatro Municipal


Tem vez que eu gostaria de ser australiana, inglesa, até italiana ou grega do que ser brasileira. Mas quando me dou conta de que nasci paulistana da gema e garoa esqueço-me do sangue da terra brasilis.

São Paulo do cosmo – polita – seleta – eclética, ex- metrópoles dos outdoors capital adotiva dos filhos retirantes.

São Paulo das galerias subterrâneas dos gordos bueiros, parafernálias do lixo e baratas, festa de fetos e ratos.
Sinfonia de pedintes, mendigos e rastros. São Paulo das lotações – gingados e quedas no caótico pico das horas.

São Paulo das vias e rodovias, do congestionamento que pintam quilômetros de buzinas motos e boys alucinados na alucinante trajetória do ganho pão.
São Paulo dos viadutos que toma Chá com a Santa Efigênia , que marca encontro com os novos baianos na esquina da Ipiranga, que clama a São João pelos meninos alados e armados que transpiram drogados na dança sombria da morte que deveria estar engaiolada no cálice do engano.

São Paulo da 25 que é de março e que festeja o 25 do janeiro – nascimento da cidade.
Cidade dos barões do café, da arquitetura edificada e suntuosa de outrora que abrigava o glamour das suares.

São Paulo de tantas faces e vozes de tantos idiomas e sabores. De hinos e bandeirantes de Borba Gatos e horizontes.

São Paulo do Obelisco, das mortes e gritos de 1932 - MMDC vagueiam garbosos no parque nosso do Ibirapuera, que nos convida a ouvir pássaros e manhãs, skates, pipas e pipoca no sol nublado das chaminés.

São Paulo dos gourmets, dos temperos, do toque sutil do manjericão que canta na face italiana da 13 de maio.
São Paulo da Cultura, do Teatro Municipal – MASP e USP.
São Paulo da Estação BIGBAN da Luz , dos metrôs, das marginais e marronzinhos. Da Liberdade o Japão do mangá, do sushi e saquê.
Cidade dos rodízios chaminés e faixas pedestres, transeuntes, caminhadas e sons.

São Paulo nunca dorme, apenas cochila entre uma buzina e um café abrigando periferia e nobreza na tresloucada Paulicéia Desvairada de nosso Mário de Andrade.

São Paulo te amo de CORAÇÃO!


Lagoa do Ibirapuera



cafezinho paulista pra vocês


Obrigada e tenham uma boa noite e um ótimo dia!
by Lu Cavichioli

8 comentários:

  1. E eu que só conheço São paulo assim "en passant"? Pode?

    Boa noite Lu e obrigada pela visita.

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  2. Essa sua cidade é realmente muito linda, Lu!
    Já morei aí um bom tempo, não na capital exatamente (morei na grande, em Santo André), mas passeava, circulava, andava bastante pela capital.
    E hoje, essa sua cidade maravilhosa abriga em seu seio dois filhos meus, que moram, trabalham e estudam aí, vc já sabe deste fato.
    Por essas e outras, eu amoooo S.Paulo!
    Beijos,

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  3. Lu.. vc tem um jeito todo especial de escrever..
    Adoro ler vc..
    E São Paulo é tudo isso e muito mais.
    Não troco esta loucura por nada.
    Ja se enraigou na minha alma..fazer o que? São paulo me vicio..

    Um beijo..te amo!!

    MA

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  4. As estirpes e gentes afamadas
    Que do planalto altivo paulistano
    Por selvas nunca dantes desbravadas
    Passaram muito além do Meridiano...


    É... e realmente, "entortaram" Tordesilhas até às faldas orientais dos Andes. Os paulistanos não são filhos de São Paulo: a metrópole é que é filha deles.
    Beijo, Lu.

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  5. Que linda declaração, daquelas que não esconde os defeitos do amado, mas o ama justamente por isso.

    Nunca passei no encontro da Rua Ipiranga com a Avenida São João e confesso que a ideia me assusta um tanto. Não sei como nesse lugar cabe tanta gente, meu Deus!

    O Brasil seria outro não houvesse São Paulo... Haveria Brasil não houvesse São Paulo?

    Beijo, Lu.

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  6. Muito bacana , Lu !

    Adorei essa crônica , de verdade...!

    como diz tom zé : ¨são paulo é um aglomerado de solidão¨

    mas eu adoro essa cidade , suas largas ruas , toda a sua correria, todo o seu movimento...

    como eu trabalho no centro de são paulo , tenho o privilégio de fazer parte, diariamente,de toda essa movimentação e de toda a sua cultura. para quem gosta de arte e grandes eventos, impossivel não gostar da avenida paulista e suas imediações.

    beijo , Lu !
    parabéns pela crônica!

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  7. Oi Lu, que belo texto, morei em São Paulo por 7 anos, amo essa cidade...Com todas as loucuras, com toda velocidade...=)

    estou precisando do apoio dos amigos para votarem na minha poesia no link…
    http://ostra-da-poesia-as-perolas.blogspot.com/
    No final da página você põe o nome da poesia e o nome da autora:Poesia: Época boa de Paula Moraes…Me ajuda please?
    Obrigada.
    Bjs e bom fim de semana

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  8. Oi, Lu, gostei de sua crônica, amiga. Você fala com o coração, fala como pessoas que cravaram raízes e isto é muito importante, só assim se escreve com o coração. Também sou assim, tenha os defeitos que tiver minha cidade, mas a amo sobre tudo, sobre seus vícios, sobre sua pobreza, sobre seus males. Vejo encanto em todos os cantos, vejo poesia, vejo o passado. Vejo vida como você vê em São Paulo.

    Amamos nossa terra acima de tudo, e aí dos forasteiros que falam mal neste solo... É aquela coisa, amiga, nós podemos falar, mas não os outros! rsrs.

    São Paulo é uma loucura, não adormece, mas é bela. Bonito seu amor e sua declaração.
    Um beijo pra você, Lu!
    Tais Luso

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