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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Silhueta no Asfalto

Palpitações avisaram-me de que haveria problemas, mas eu não tomei conhecimento, mesmo porque estava atarefada e meus ouvidos zumbiam bibis e fonfons.




Aquela enxaqueca continuava humilhando meus sentidos e minhas pálpebras eram pernas acorrentadas.
No peito eu trazia tricordes e fios acinzentados que me foram emprestados por algum neurônio alucinado e vil, logo ali na esquina dos desavisados.
Eu continuava mesmo assim, a caminhar com pedais e pescoço elevado.

 Olhos turvos e mal acabados olhavam-me de alguma janela dependurada nas montanhas de cimento que erguiam-se indiferentes aos gritos que saiam do solo enquanto o sol projetava miragens num asfalto magmático cheirando a borracha derretida.

Ouvi ao longe um estrondo. Parei na contramão! Olhei em redor e vi logo ali na minha frente um desenho feito com crayons avermelhados. Respirei fundo e resolvi olhar de perto aquela arte feita com pincéis de pele e pelo. E para minha total surpresa e horror me certifiquei que alguém (sem eu dar-lhe) permissão, fizera minha caricatura.

Dei meia volta, sacudi a poeira e dei a volta por cima... Afinal, agora eu flutuava ouvindo flautas doces.



2 comentários:

  1. Pode ser mórbido, mas sua forma de caminhar com as palavras é bela. Bjs.

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  2. poxa Mari, obrigada pela leitura. Fiquei meio decepcionada com esse texto rs.

    bacios cara mia!

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